27/09/2012 - 21h30
Heloisa Cristaldo*
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal
Federal (STF), voltou a criticar hoje (27) o tom usado na última
quarta-feira (26) pelo ministro Joaquim Barbosa, relator da Ação Penal
470, conhecida como processo do mensalão. “É uma falta de urbanidade”,
assinalou, referindo-se às colocações de Barbosa acerca do voto do
revisor Ricardo Lewandowski.
Marco Aurélio também questionou a futura gestão de Joaquim Barbosa
no comando da Corte, prevista para novembro, quando o atual presidente,
Carlos Ayres Britto, aposenta-se. “Como é que ele vai coordenar o
Tribunal? Como ele vai se relacionar com os demais órgãos, com os demais
Poderes? Não sei, mas vamos esperar. Nada como um dia após o outro”,
disse o ministro.
“É ruim o clima que fica. Não há espaço para isso, a divergência em colegiado é a coisa mais natural. Mas ele fica incontido, né? O ministro Lewandowski, justiça se faça, leu todo processo e está trazendo elementos. Quando houve o primeiro atrito, ele [o ministro-relator] foi muito áspero, agressivo e eu disse que não tinha gostado da sessão”, analisou, sobre o mal-estar causado durante os embates entre o relator e o revisor no julgamento.
“É ruim o clima que fica. Não há espaço para isso, a divergência em colegiado é a coisa mais natural. Mas ele fica incontido, né? O ministro Lewandowski, justiça se faça, leu todo processo e está trazendo elementos. Quando houve o primeiro atrito, ele [o ministro-relator] foi muito áspero, agressivo e eu disse que não tinha gostado da sessão”, analisou, sobre o mal-estar causado durante os embates entre o relator e o revisor no julgamento.
O ponto alto da discussão entre Barbosa e Lewandowski ocorreu na
sessão de ontem, quando o revisor falava que não tinha certeza sobre a
participação do então secretário informal do PTB, Emerson Palmieri, no
esquema. Para Joaquim Barbosa, o ponto de vista do revisor foi uma
afronta ao seu trabalho, pois todas as provas contra Palmieri estão
demonstradas no processo. “Nós, como ministros do STF, não podemos fazer
vista grossa das situações”.
Os comentários de Barbosa provocaram indignação de Lewandowski, que
sugeriu que o ministro peça ao colegiado a retirada da figura do revisor
das ações penais. O ministro Marco Aurélio saiu em defesa do colega
dizendo que ninguém faz vista grossa no STF. “Cuidado com suas palavras.
Vamos respeitar os colegas. Agressividade não tem lugar nesse
plenário”, disse Marco Aurélio a Barbosa, na sessão da última
quarta-feira.
Sobre a divergência relativa ao crime de corrupção ativa, Marco
Aurélio explicitou seu ponto de vista. “Quem recebe, recebe alguma coisa
de alguém. A tendência é esclarecer quem implementou a entrega. Quem
implementou comete o crime de corrupção ativa. As coisas estão
interligadas. O dinheiro não caiu do céu”, observou o ministro.
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